sábado, 25 de outubro de 2014

Brincadeira Musical: Jogo da forca





O jogo da forca é um jogo em que o jogador tem que acertar qual é a palavra proposta, tendo como dica o número de letras e o tema ligado à palavra. A cada letra errada, é desenhada uma parte do corpo do enforcado. O jogo termina com o acerto da palavra ou com o término do preenchimento das partes corpóreas do enforcado.
Para começar o jogo, se desenha uma base e um risco correspondente ao lugar de cada letra.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo_da_forca

À todo momento, nós, professores, estamos reinventando, reciclando e adaptando brincadeiras para as atividades em sala de aula. Na Educação Musical não é diferente pois, devemos aliar o lúdico à todas as atividades possíveis, e, sendo assim, acredito que não basta ser um bom músico para "encarar" as turmas superlotadas do ensino fundamental I das escolas públicas. Enquanto eu pensava que, o fato de ser músico me qualificava como um bom professor, minhas aulas se tornavam uma batalha onde eu insistia em transferir informações (que ao meu ver eram tão simples) para crianças que nunca tiveram contato com a música. Ao final do dia, minha paciência se esgotava e minha insistência irritava os aluno.
De acordo com Hentschke (2001 apud CERESER, 2004, p. 29),
Atualmente o papel do professor de música está sendo questionado. Este deve ter flexibilidade, ser reflexivo, possuir um conhecimento pedagógico-musical fundamentado na literatura e experiênciado na prática, além de ter a competência de perceber e agir em realidades distintas. (CERESER, 2004, p. 29)
A figura acima mostra a expressão da professora insatisfeita pelo resultado da brincadeira e a decepção dos alunos por terem errado.
Para as aulas do estágio dessa semana eu levei essa brincadeira para a sala. Foram momentos que provocaram  várias reações nos alunos. A competição entre meninos e meninas, a ânsia por responder quando estavam certos das respostas, e, não diferente, as decepções dos alunos na hora dos erros. 
Seguindo os princípios da brincadeira, desenhei no quadro negro duas bases de forca para meninos e meninas e fiz os riscos correspondentes às letras das palavras. Como era uma aula de música, só usei termos musicais como nome de figuras positivas onde, nas dicas eu escrevia no quadro os conceitos e os valores. Daí, os alunos tentavam acertar as palavras juntando as letras. Quando acertavam, no caso de meninas, elas continuavam respondendo até acertar ou errar. Errando, os meninos assumiam a oportunidade de responder. 
Um ponto que me chamou atenção na aula, foi quando eu dei a seguinte dica sobre a literatura da música que faz parte do repertório do Projeto Coco e Maracatu:
Sou o compositor da música "Na Pancada do Ganzá" que faz parte do repertório do Projeto "Coco e Maracatu". 
A resposta seria dada pelas meninas, e enquanto elas iam acertando, os meninos diziam que era muito fácil. Elas acertaram as letras: A N T O N I O  N O  R E   A, e em seguida erraram passando a vez para os meninos. Nesse momento eu chamei o aluno Isaque Ferraz, que, pela sua condição de surdo, os outros meninos questionaram dizendo que ele não ia acertar. Diferente do que eles pensavam, o aluno acertou a letra "G". Em seguida chamei outro aluno, ouvinte, que até então dizia que era fácil, e, no entanto não soube responder. O aluno Isaque, através da linguagem de sinais respondeu mostrando os quatro dedos da mão representando a letra "B" e formando ANTONIO NÓBREGA.
Bom, lições podem ser tiradas desse fato que está registrado no vídeo, porém, deixo para quem se interessar. 
Basta ler, refletir e comentar.

Referência
CERESER, Cristina Mie Ito. A formação inicial de professores de música sob a perspectiva dos licenciados: o espaço escolar. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 11, 27-36, set. 2004.
Abraços.
Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com

  


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