TOCANDO NA MESA
Ahhhh! _ é a última aula?
_Do projeto sim, mas, sobre o coco e o maracatu, ainda teremos mais
alguns encontros.
Assim foi o início da última aula do Projeto “Coco e maracatu” nessa
sexta-feira, dia 21/11/2014. Eu não peguei a chave da sala onde ficam guardados
os instrumentos da fanfarra, e por isso, a solução seria usar as mesas como
fonte sonora. O objetivo era tocar a batida do tambor de maracatu, porém, nem
tão parecida ficou, mas, pensando pela perspectiva experimental as crianças se
saíram muito bem. Expliquei como seriam as batidas na mesa com a mão fechada e
aberta. A mão fechada dá um som mais forte e aberta seria mais fraco. Senti dificuldade
para passar as batidas fazendo o som com a boca e ao mesmo tempo me senti
inseguro ou seja, incerto para escrever o trecho feito pelos tambores na música
que eu queria que eles tocassem. Quando me sinto assim, prefiro confiar na
percepção da minha audição e no ouvido das crianças. Por isso, liguei o
aparelho de som e coloquei a música para uma apreciação bem detalhada da levada
dos tambores. O resultado ficou assim: tummm tumduum tumduum
tumdum tum.
Depois de várias tentativas sem obter sucesso, decidi escolher um aluno que
estivesse fazendo um som mais ou menos parecido. O aluno “Iago”, por ser mais
interessado nas aulas de percussão, se concentra mais, e por isso ele consegue
tocar uma batida mais aproximada.
Nesta aula, eu percebi que minha condição de professor não me permite
que, em uma atividade, mesmo que eu a tenha planejado e estudado, se me deparar
com a incerteza da escrita de uma frase musical, não devo arriscar e escrever
algo que não seria exatamente o que eu queria ensinar. Porém, como era a última
aula do estágio, não tive a escolha de mudar, visto que o tempo não me permitia
isso também, mas, analisei a possibilidade de mostrar de uma forma improvisada,
e foi o que aconteceu e tudo ficou quase sincronizado, mas bem maracatuado.
Paulo Roberto de Souza e silva