terça-feira, 3 de setembro de 2019

Lira 30 de janeiro em Governador Valadares.

Olá  pessoal!
Venho, através desse blog, informar que o número 33 991998779 não pertence à Lira 30 de janeiro de Governador Valadares.  Muito obrigado!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Maracatuando



TOCANDO NA MESA



Ahhhh! _ é a última aula?
_Do projeto sim, mas, sobre o coco e o maracatu, ainda teremos mais alguns encontros.
Assim foi o início da última aula do Projeto “Coco e maracatu” nessa sexta-feira, dia 21/11/2014. Eu não peguei a chave da sala onde ficam guardados os instrumentos da fanfarra, e por isso, a solução seria usar as mesas como fonte sonora. O objetivo era tocar a batida do tambor de maracatu, porém, nem tão parecida ficou, mas, pensando pela perspectiva experimental as crianças se saíram muito bem. Expliquei como seriam as batidas na mesa com a mão fechada e aberta. A mão fechada dá um som mais forte e aberta seria mais fraco. Senti dificuldade para passar as batidas fazendo o som com a boca e ao mesmo tempo me senti inseguro ou seja, incerto para escrever o trecho feito pelos tambores na música que eu queria que eles tocassem. Quando me sinto assim, prefiro confiar na percepção da minha audição e no ouvido das crianças. Por isso, liguei o aparelho de som e coloquei a música para uma apreciação bem detalhada da levada dos tambores. O resultado ficou assim: tummm  tumduum  tumduum tumdum  tum. Depois de várias tentativas sem obter sucesso, decidi escolher um aluno que estivesse fazendo um som mais ou menos parecido. O aluno “Iago”, por ser mais interessado nas aulas de percussão, se concentra mais, e por isso ele consegue tocar uma batida mais aproximada.
Nesta aula, eu percebi que minha condição de professor não me permite que, em uma atividade, mesmo que eu a tenha planejado e estudado, se me deparar com a incerteza da escrita de uma frase musical, não devo arriscar e escrever algo que não seria exatamente o que eu queria ensinar. Porém, como era a última aula do estágio, não tive a escolha de mudar, visto que o tempo não me permitia isso também, mas, analisei a possibilidade de mostrar de uma forma improvisada, e foi o que aconteceu e tudo ficou quase sincronizado, mas bem maracatuado.
Paulo Roberto de Souza e silva

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MARACATUANDO NA QUADRA

Ocupando espaços


Pelo amor que tenho pela música, talvez, se eu ministrasse outra disciplina, não incomodar-me-ia uma aula ou uma oficina de percussão na sala ao lado da minha. Isto também pode ser somente minha opinião de músico/professor que sofre com as reclamações dos colegas quando subo com os instrumentos para a sala de aula. Pandeiros, ganzás, triângulos, rebolos, caixas, enfim, tudo que um professor de música precisa para, literalmente “infernizar” o ambiente escolar. Quem gosta são as crianças! Não só as crianças que estão realizando as atividades naquele momento, mas, todas as crianças da escola são envolvidas pelo barulho, sincronizado ou não dos instrumentos nas performances dos novos instrumentistas. Um fato que eu percebo na escola onde atuo como professor de música e oficineiro de percussão pelo Programa Mais Educação, é que, quando as outras crianças que estão assistindo outras aulas que não a música, entendem o ritmo que está sendo tocado na sala ao lado, automaticamente eles acompanham batendo nas mesas, e isso aterroriza a professora regente. Que culpa eu tenho se a música contagia? Que culpa eu tenho se as crianças gostam dos ritmos que ensino? E por que eu não tenho uma sala de música com tratamento acústico para não incomodar as outras aulas? Essa última questão é um sonho de consumo, porém, dificilmente será realizado. Porém, enquanto isso não acontece, vamos tocando tambores até sangrar as mãos.
Para essa aula optamos por sair da sala de aula e ocupar o espaço da pequena arquibancada da quadra. Talvez tenha amenizado um pouco o barulho nas dependências da escola. Confesso que os alunos adoraram. Inclusive os que estavam em sala assistindo outras disciplinas, pois, foi um show par eles que ficaram disputando espaços nas janelas da escola. É... parece que não resolveu muito o problema da atenção dos alunos, mas, devo confessar que foi um momento ímpar para a turma do 2º CPA “B” que, além de se comportar muito bem, experimentaram, improvisaram e tocaram de forma considerável.
Nesse dia, tudo foi permitido, até tomar água e ir ao banheiro fora de hora. O essencial era tocar e falar de música, e isso foi contemplado. Meu papel nesse dia foi de espectador e operador de câmera. Desenvolvi minha função e aproveitei para fazer essas observações e reflexões sobre o desenvolvimento e autonomia da turma.

Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com

domingo, 2 de novembro de 2014

O coco no pandeiro

 

 




Dando sequência às atividades do Estágio Supervisionado em Música 4, venho aqui apresentar alguns vídeos e fotos das aulas dessa semana. Diferente dos relatórios de aula, trago comentários e reflexões sobre ações e comportamentos de professor e alunos em sala de aula.
Os vídeos mostram como são as aulas de música, por isso acho desnecessário ficar descrevendo as atividades e comportamentos.
Quero refletir sobre um acontecimento, um imprevisto que ocorreu, e eu, a princípio fiquei receoso em mostrar nesse vídeo. Se ausentar de uma sala de aula frequentada por crianças com idades entre 10 e 11 anos, espertas, falantes e porque não dizer, “bagunceiras” e que disputam a todo tempo e custo, os espaços e a popularidade, é, no mínimo comprometedor. Pois bem, quem tiver a paciência de ver os vídeos, perceberá, que eu, levado pela empolgação da aula, me ausentei deixando por um ou dois minutos os alunos sozinhos na sala. Não estou me justificando. No meio do caminho, quando eu resolvi buscar outro pandeiro na sala ao lado, já na porta eu pensei: “as crianças vão ficar sozinhas”, porém, como eu tinha deixado o João Pedro filmando a aula, continuei o que ia fazer e retornei logo em seguida.
Quando entrei na sala, ao contrário do que eu tinha pensado, eles estavam envolvidos com a atividade. Em casa, ao reproduzir o vídeo, percebi que, na minha ausência nenhum dos alunos aproveitou para fazer algo de errado, comentários e brincadeiras sem graça. Então me perguntei: Por que será que eles não aprontaram? Será que eles são tão espertos que respeitaram somente a câmera que estava filmando a aula?
É natural que qualquer turma nessa idade apronte na ausência do professor ou do responsável por ela. Porém, acredito que, a partir do momento que o professor trata seu aluno com respeito e carinho, é retribuído da mesma forma pelos alunos. Não estou aqui querendo defender aluno e nem tampouco professor, mesmo porque, esta estrada eu percorri e ainda percorro pelos dois polos, ou seja, como aluno e como professor. Mas, estou defendendo uma mudança de comportamento que nos leve ou pelo menos nos aproxime da paz entre professores, alunos e pais de alunos.
Sabemos que esse comportamento rebelde dos alunos advém do mesmo comportamento dos pais, da violência familiar, do ambiente em que a criança convive, enfim, não acredito que somente as crianças sejam culpadas de serem como são.
Ainda ontem, lá pelas 23horas, depois de corrigir minha análise de vídeos para o meu TCC, resolvi ir até um barzinho que fica perto de casa para comer um tira-gosto com minha esposa. Tive uma surpresa ao ver um amigo tocando, e isso foi o que me fez permanecer no local por mais tempo. Em uma mesa ao lado, estava um senhor já de cabelos brancos aparentando 70 anos, um casal de mais ou menos, 28 anos e quatro crianças com idades entre 0 a 10 anos. Notei que o bebê dormia no colo da mãe e um outro de mais ou menos 9 anos cochilava na cadeira. Então, o rapaz que estava ao lado da mãe, gritava com o menino que dormia. “D..., acorda!!! Não vai dormir ai, levanta e vai buscar outra cerveja! Na mesa não tinha refrigerante e nem comida para as crianças que permaneceram em um ambiente não recomendado.
Bom, no mínimo essas crianças agirão assim futuramente. E na escola, como elas se comportam?
Por isso, acredito que podemos nos doar mais aos nossos alunos. Enquanto eu pensava que era preciso amedrontar para conquistar o respeito, eu não tinha o respeito dos alunos. A partir do momento que compreendi que respeitando meus alunos e cumprindo tudo o que prometo, sou recompensado com atitudes como essa do vídeo dessa semana.
Portanto, continuarei assim, amigo dos meus alunos e, com certeza os momentos nas aulas serão sempre agradáveis,
Fica a dica!
Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com

sábado, 25 de outubro de 2014

Brincadeira Musical: Jogo da forca





O jogo da forca é um jogo em que o jogador tem que acertar qual é a palavra proposta, tendo como dica o número de letras e o tema ligado à palavra. A cada letra errada, é desenhada uma parte do corpo do enforcado. O jogo termina com o acerto da palavra ou com o término do preenchimento das partes corpóreas do enforcado.
Para começar o jogo, se desenha uma base e um risco correspondente ao lugar de cada letra.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo_da_forca

À todo momento, nós, professores, estamos reinventando, reciclando e adaptando brincadeiras para as atividades em sala de aula. Na Educação Musical não é diferente pois, devemos aliar o lúdico à todas as atividades possíveis, e, sendo assim, acredito que não basta ser um bom músico para "encarar" as turmas superlotadas do ensino fundamental I das escolas públicas. Enquanto eu pensava que, o fato de ser músico me qualificava como um bom professor, minhas aulas se tornavam uma batalha onde eu insistia em transferir informações (que ao meu ver eram tão simples) para crianças que nunca tiveram contato com a música. Ao final do dia, minha paciência se esgotava e minha insistência irritava os aluno.
De acordo com Hentschke (2001 apud CERESER, 2004, p. 29),
Atualmente o papel do professor de música está sendo questionado. Este deve ter flexibilidade, ser reflexivo, possuir um conhecimento pedagógico-musical fundamentado na literatura e experiênciado na prática, além de ter a competência de perceber e agir em realidades distintas. (CERESER, 2004, p. 29)
A figura acima mostra a expressão da professora insatisfeita pelo resultado da brincadeira e a decepção dos alunos por terem errado.
Para as aulas do estágio dessa semana eu levei essa brincadeira para a sala. Foram momentos que provocaram  várias reações nos alunos. A competição entre meninos e meninas, a ânsia por responder quando estavam certos das respostas, e, não diferente, as decepções dos alunos na hora dos erros. 
Seguindo os princípios da brincadeira, desenhei no quadro negro duas bases de forca para meninos e meninas e fiz os riscos correspondentes às letras das palavras. Como era uma aula de música, só usei termos musicais como nome de figuras positivas onde, nas dicas eu escrevia no quadro os conceitos e os valores. Daí, os alunos tentavam acertar as palavras juntando as letras. Quando acertavam, no caso de meninas, elas continuavam respondendo até acertar ou errar. Errando, os meninos assumiam a oportunidade de responder. 
Um ponto que me chamou atenção na aula, foi quando eu dei a seguinte dica sobre a literatura da música que faz parte do repertório do Projeto Coco e Maracatu:
Sou o compositor da música "Na Pancada do Ganzá" que faz parte do repertório do Projeto "Coco e Maracatu". 
A resposta seria dada pelas meninas, e enquanto elas iam acertando, os meninos diziam que era muito fácil. Elas acertaram as letras: A N T O N I O  N O  R E   A, e em seguida erraram passando a vez para os meninos. Nesse momento eu chamei o aluno Isaque Ferraz, que, pela sua condição de surdo, os outros meninos questionaram dizendo que ele não ia acertar. Diferente do que eles pensavam, o aluno acertou a letra "G". Em seguida chamei outro aluno, ouvinte, que até então dizia que era fácil, e, no entanto não soube responder. O aluno Isaque, através da linguagem de sinais respondeu mostrando os quatro dedos da mão representando a letra "B" e formando ANTONIO NÓBREGA.
Bom, lições podem ser tiradas desse fato que está registrado no vídeo, porém, deixo para quem se interessar. 
Basta ler, refletir e comentar.

Referência
CERESER, Cristina Mie Ito. A formação inicial de professores de música sob a perspectiva dos licenciados: o espaço escolar. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 11, 27-36, set. 2004.
Abraços.
Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com

  


sábado, 18 de outubro de 2014

RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO



O estágio está sendo realizado na sede da Escola Municipal Santos Dumont, situada à Rua Lincoln Byrro, 1834 – Bairro São Paulo, onde funciona com a educação infantil (anos iniciais), o ensino fundamental de 1º ao 4º ano e com a EJA – Educação de Jovens e Adultos conforme Aut. Port. 552/94, e em seu anexo situado na Praça João XXlll, 613 – Bairro Santa Terezinha com 5º ao 9º ano conforme Aut. Port. 44/79.
A escola é um prédio antigo e conta com uma quadra, pátio, um pequeno parque, cantina com refeitório, bebedouros com água gelada, banheiros masculinos e femininos e banheiros adaptados para cadeirantes, saguão de entrada com bancos e plantas. As aulas de estágio acontecem nos horários das oficinas de percussão do programa Mais Educação com 25 alunos das turmas do 2º CPA “A” e “B”. A escola oferece aulas de música como conteúdo específico incluído na grade curricular, e oficina de percussão e fanfarra pelo programa Mais Educação, sendo assim, os alunos que fazem parte desse processo, já têm contato com a música desde os anos iniciais. A turma é heterogênea, ativa e frequente, falante, curiosa, enfim, são alunos interessados nas aulas de música e nas oficinas de percussão e fanfarra.
O projeto contempla o fazer musical baseado no modelo de Swanwick que trabalha com atividades de composição, apreciação e execução, seguindo uma sequência lógica e objetiva. A técnica e a literatura também surgem como atividades para o desenvolvimento da percepção e das habilidades em leitura e escrita musical bem como a literatura da música, crítica musical e o histórico musical do compositor contemplado no repertório.
Trabalhar com esse tema complementa meus planos desde quando iniciei o curso de música. Talvez sejam sonhos, ou ideias soltas, porém, até o segundo ano do curso eu já vinha pensando o que trabalhar quando chegasse o período dos estágios. Dessa forma vim planejando os temas que tivessem ligações e consequentemente conteúdos com atividades sequenciais que proporcionassem uma aprendizagem contínua. No primeiro estágio o tema trabalhado foi o “Clube da Esquina” que trouxe para os alunos algumas informações sobre o movimento musical mineiro. “Roda de Ritmos” foi o tema do segundo estágio onde trabalhamos com três ritmos sendo: o samba, o Ijexá e o congado mineiro. No terceiro estágio o “RAP” foi o tema, que, a pedido das crianças foi desenvolvido com muito sucesso. Finalizando o curso, no quarto e último estágio, venho homenagear o nordeste brasileiro trabalhando com dois ritmos que também caíram nas graças das crianças.  
O projeto está sendo desenvolvido com base na prática de conjunto. A princípio eu pensei que o repertório não fosse agradar aos alunos, porém, resolvi trabalhar com a proposta do respeito pela diversidade musical, e também com a intenção de trazer para as crianças alguns ritmos que talvez não façam parte do repertório deles. De acordo com Hentschke et al. (2006, p. 09), “há casos em que as músicas soam estranhas, porque ainda não nos familiarizamos com elas. É como se fosse um outro idioma que ainda não aprendemos a falar. “
Tive a intenção, e estou realizando a proposta de ser o elo entre o conhecimento prévio do aluno e o que eu penso ser supostamente o desconhecido.  
Para as aulas, venho trabalhando conteúdos teóricos que, devo confessar que pensei muito sobre isso, aliados à prática mudaram muito os formatos das aulas, meus conceitos e os conceitos dos alunos em relação às atividades. De fato, minha didática e minhas práticas pedagógicas sofreram mudanças no decorrer do curso de música. Digo isto porque, antes de iniciar o curso, eu fazia o 3º período de Pedagogia e ministrava aulas de música nessa mesma escola onde os estágios aconteceram. Na verdade eu pensava que, somente pelo fato de ser músico eu estaria apto para ensinar música, o que hoje eu não concordo, pois, por tantas vezes eu tentei passar para meus alunos os mesmos conteúdos que hoje venho desenvolvendo com eles sem obter êxito. Agora estou tendo o prazer deve-los lendo pequenos trechos rítmicos e os executando nos instrumentos, às vezes com sincronia outras vezes não, mas, com muito prazer, o que é mais importante.
Concluo que, não diferente do meu pensamento em proporcionar atividades sequenciais que verdadeiramente vão formar meus alunos como ouvintes críticos e, possivelmente, quem sabe, músicos futuramente, as sequencias dos estágios realizados por mim dentro do curso de Licenciatura em Música também me proporcionaram experiências que modificaram minhas práticas pedagógicas.

REFERENCIAS
HENTSHKE, Liane; DEL BEM, Luciana. Aula de música do planejamento e avaliação à prática educativa. In: HENTSHKE, Liane; DEL BEM, Luciana. Ensino de música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.

Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com