sábado, 18 de outubro de 2014

RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO



O estágio está sendo realizado na sede da Escola Municipal Santos Dumont, situada à Rua Lincoln Byrro, 1834 – Bairro São Paulo, onde funciona com a educação infantil (anos iniciais), o ensino fundamental de 1º ao 4º ano e com a EJA – Educação de Jovens e Adultos conforme Aut. Port. 552/94, e em seu anexo situado na Praça João XXlll, 613 – Bairro Santa Terezinha com 5º ao 9º ano conforme Aut. Port. 44/79.
A escola é um prédio antigo e conta com uma quadra, pátio, um pequeno parque, cantina com refeitório, bebedouros com água gelada, banheiros masculinos e femininos e banheiros adaptados para cadeirantes, saguão de entrada com bancos e plantas. As aulas de estágio acontecem nos horários das oficinas de percussão do programa Mais Educação com 25 alunos das turmas do 2º CPA “A” e “B”. A escola oferece aulas de música como conteúdo específico incluído na grade curricular, e oficina de percussão e fanfarra pelo programa Mais Educação, sendo assim, os alunos que fazem parte desse processo, já têm contato com a música desde os anos iniciais. A turma é heterogênea, ativa e frequente, falante, curiosa, enfim, são alunos interessados nas aulas de música e nas oficinas de percussão e fanfarra.
O projeto contempla o fazer musical baseado no modelo de Swanwick que trabalha com atividades de composição, apreciação e execução, seguindo uma sequência lógica e objetiva. A técnica e a literatura também surgem como atividades para o desenvolvimento da percepção e das habilidades em leitura e escrita musical bem como a literatura da música, crítica musical e o histórico musical do compositor contemplado no repertório.
Trabalhar com esse tema complementa meus planos desde quando iniciei o curso de música. Talvez sejam sonhos, ou ideias soltas, porém, até o segundo ano do curso eu já vinha pensando o que trabalhar quando chegasse o período dos estágios. Dessa forma vim planejando os temas que tivessem ligações e consequentemente conteúdos com atividades sequenciais que proporcionassem uma aprendizagem contínua. No primeiro estágio o tema trabalhado foi o “Clube da Esquina” que trouxe para os alunos algumas informações sobre o movimento musical mineiro. “Roda de Ritmos” foi o tema do segundo estágio onde trabalhamos com três ritmos sendo: o samba, o Ijexá e o congado mineiro. No terceiro estágio o “RAP” foi o tema, que, a pedido das crianças foi desenvolvido com muito sucesso. Finalizando o curso, no quarto e último estágio, venho homenagear o nordeste brasileiro trabalhando com dois ritmos que também caíram nas graças das crianças.  
O projeto está sendo desenvolvido com base na prática de conjunto. A princípio eu pensei que o repertório não fosse agradar aos alunos, porém, resolvi trabalhar com a proposta do respeito pela diversidade musical, e também com a intenção de trazer para as crianças alguns ritmos que talvez não façam parte do repertório deles. De acordo com Hentschke et al. (2006, p. 09), “há casos em que as músicas soam estranhas, porque ainda não nos familiarizamos com elas. É como se fosse um outro idioma que ainda não aprendemos a falar. “
Tive a intenção, e estou realizando a proposta de ser o elo entre o conhecimento prévio do aluno e o que eu penso ser supostamente o desconhecido.  
Para as aulas, venho trabalhando conteúdos teóricos que, devo confessar que pensei muito sobre isso, aliados à prática mudaram muito os formatos das aulas, meus conceitos e os conceitos dos alunos em relação às atividades. De fato, minha didática e minhas práticas pedagógicas sofreram mudanças no decorrer do curso de música. Digo isto porque, antes de iniciar o curso, eu fazia o 3º período de Pedagogia e ministrava aulas de música nessa mesma escola onde os estágios aconteceram. Na verdade eu pensava que, somente pelo fato de ser músico eu estaria apto para ensinar música, o que hoje eu não concordo, pois, por tantas vezes eu tentei passar para meus alunos os mesmos conteúdos que hoje venho desenvolvendo com eles sem obter êxito. Agora estou tendo o prazer deve-los lendo pequenos trechos rítmicos e os executando nos instrumentos, às vezes com sincronia outras vezes não, mas, com muito prazer, o que é mais importante.
Concluo que, não diferente do meu pensamento em proporcionar atividades sequenciais que verdadeiramente vão formar meus alunos como ouvintes críticos e, possivelmente, quem sabe, músicos futuramente, as sequencias dos estágios realizados por mim dentro do curso de Licenciatura em Música também me proporcionaram experiências que modificaram minhas práticas pedagógicas.

REFERENCIAS
HENTSHKE, Liane; DEL BEM, Luciana. Aula de música do planejamento e avaliação à prática educativa. In: HENTSHKE, Liane; DEL BEM, Luciana. Ensino de música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.

Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com