O
estágio está sendo realizado na sede da Escola Municipal Santos Dumont, situada
à Rua Lincoln Byrro, 1834 – Bairro São Paulo, onde funciona com a educação
infantil (anos iniciais), o ensino fundamental de 1º ao 4º ano e com a EJA –
Educação de Jovens e Adultos conforme Aut. Port. 552/94, e em seu anexo situado
na Praça João XXlll, 613 – Bairro Santa Terezinha com 5º ao 9º ano conforme
Aut. Port. 44/79.
A escola
é um prédio antigo e conta com uma quadra, pátio, um pequeno parque, cantina
com refeitório, bebedouros com água gelada, banheiros masculinos e femininos e
banheiros adaptados para cadeirantes, saguão de entrada com bancos e plantas.
As aulas de estágio acontecem nos horários das oficinas de percussão do
programa Mais Educação com 25 alunos das turmas do 2º CPA “A” e “B”. A escola
oferece aulas de música como conteúdo específico incluído na grade curricular,
e oficina de percussão e fanfarra pelo programa Mais Educação, sendo assim, os
alunos que fazem parte desse processo, já têm contato com a música desde os
anos iniciais. A turma é heterogênea, ativa e frequente, falante, curiosa,
enfim, são alunos interessados nas aulas de música e nas oficinas de percussão
e fanfarra.
O
projeto contempla o fazer musical baseado no modelo de Swanwick que trabalha
com atividades de composição, apreciação e execução, seguindo uma sequência
lógica e objetiva. A técnica e a literatura também surgem como atividades para
o desenvolvimento da percepção e das habilidades em leitura e escrita musical
bem como a literatura da música, crítica musical e o histórico musical do
compositor contemplado no repertório.
Trabalhar
com esse tema complementa meus planos desde quando iniciei o curso de música.
Talvez sejam sonhos, ou ideias soltas, porém, até o segundo ano do curso eu já
vinha pensando o que trabalhar quando chegasse o período dos estágios. Dessa
forma vim planejando os temas que tivessem ligações e consequentemente
conteúdos com atividades sequenciais que proporcionassem uma aprendizagem
contínua. No primeiro estágio o tema trabalhado foi o “Clube da Esquina” que
trouxe para os alunos algumas informações sobre o movimento musical mineiro.
“Roda de Ritmos” foi o tema do segundo estágio onde trabalhamos com três ritmos
sendo: o samba, o Ijexá e o congado mineiro. No terceiro estágio o “RAP” foi o tema, que, a pedido das
crianças foi desenvolvido com muito sucesso. Finalizando o curso, no quarto e
último estágio, venho homenagear o nordeste brasileiro trabalhando com dois
ritmos que também caíram nas graças das crianças.
O
projeto está sendo desenvolvido com base na prática de conjunto. A princípio eu
pensei que o repertório não fosse agradar aos alunos, porém, resolvi trabalhar
com a proposta do respeito pela diversidade musical, e também com a intenção de
trazer para as crianças alguns ritmos que talvez não façam parte do repertório
deles. De acordo com Hentschke et al. (2006, p. 09), “há casos em que as
músicas soam estranhas, porque ainda não nos familiarizamos com elas. É como se
fosse um outro idioma que ainda não aprendemos a falar. “
Tive a
intenção, e estou realizando a proposta de ser o elo entre o conhecimento prévio
do aluno e o que eu penso ser supostamente o desconhecido.
Para as
aulas, venho trabalhando conteúdos teóricos que, devo confessar que pensei
muito sobre isso, aliados à prática mudaram muito os formatos das aulas, meus
conceitos e os conceitos dos alunos em relação às atividades. De fato, minha
didática e minhas práticas pedagógicas sofreram mudanças no decorrer do curso
de música. Digo isto porque, antes de iniciar o curso, eu fazia o 3º período de
Pedagogia e ministrava aulas de música nessa mesma escola onde os estágios
aconteceram. Na verdade eu pensava que, somente pelo fato de ser músico eu
estaria apto para ensinar música, o que hoje eu não concordo, pois, por tantas
vezes eu tentei passar para meus alunos os mesmos conteúdos que hoje venho desenvolvendo
com eles sem obter êxito. Agora estou tendo o prazer deve-los lendo pequenos
trechos rítmicos e os executando nos instrumentos, às vezes com sincronia
outras vezes não, mas, com muito prazer, o que é mais importante.
Concluo
que, não diferente do meu pensamento em proporcionar atividades sequenciais que
verdadeiramente vão formar meus alunos como ouvintes críticos e, possivelmente,
quem sabe, músicos futuramente, as sequencias dos estágios realizados por mim
dentro do curso de Licenciatura em Música também me proporcionaram experiências
que modificaram minhas práticas pedagógicas.
HENTSHKE, Liane; DEL BEM, Luciana. Aula
de música do planejamento e avaliação à prática educativa. In: HENTSHKE, Liane;
DEL BEM, Luciana. Ensino de música:
propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.
Paulo Roberto de Souza e Silva
pmanaca@gmail.com