No encontro presencial dessa semana, recebemos a nossa tutora à distancia que nos trouxe um texto bem simples, porém muito intrigante que nos fez refletir sobre nossas escritas. O texto, de autoria do professor Paulo Coimbra Guedes da UFRGS, traz questionamentos sobre os efeitos que uma escrita faz, dependendo do ponto de vista do autor sobre o formato que ele quer escrever. Penso que essa afirmação já é o efeito que estou recebendo a partir da leitura que fiz. Posso estar ou não correto, mas, o que importa agora é o meu ponto de vista e minha reação pós leitura. No momento estou escrevendo o que penso, e, da forma que penso me acho correto afirmar tal conclusão. Por muito tempo venho sendo preparado pelas várias escolas que frequentei e por toda minha trajetória estudantil para o desenvolvimento de uma escrita culta, baseada e fundamentada em outros autores. Os textos apresentados nesse percurso, para mim, eram e ainda são obras maravilhosas que viveriam recolhidas em meus arquivos de biblioteca. Isso era o que eu pensava que seria, pois, modificá-los ou contestá-los seria uma afronta, uma falta de respeito com os criadores, porém, talvez não seja assim. Posso contribuir e devo contribuir, mesmo me arriscando a expor minha visão crítica que, certamente incomodará outras pessoas que possivelmente irão ler esse texto.
Desta forma já estou contribuindo, do meu jeito, expondo o meu ponto de vista e sendo eu mesmo através da escrita. Aproximando de mim, interiorizando-me para meu próprio reconhecimento e a partir daí, me reconhecer para me apresentar. Isso à vezes pode soar como palavras soltas, mas podem acreditar que em nenhum momento parei para reformular frases. Parei para refletir na leitura e na discussão do grupo sobre o texto. Cada um pensa de forma diferente e assim se expressa, e essa diferença modifica nosso pensamento, e assim sendo, nos traz outra experiência. Por isso afirmo que o encontro presencial dessa semana abriu minha visão e me fez acreditar que, me conhecendo e me representando, serei sempre eu mesmo e minha escrita me acompanhará, às vezes coesa ou não, porém personalizada sempre.
Do texto lido, trago um trecho que me chamou a atenção:
"A prática da escrita pode nos levar para perto de nós, para dentro de nós, pode tirar de dentro de nós e colocar diante de nós o que nós ainda não sabemos que somos."
GUEDES, Paulo Coimbra. A grande aventura radical da escrita como autoconhecimento. Alternativa (namastÊ), n2, set-dez. 2006.
CORRER DE MIM
Juraíldes da Luz
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